sábado, 27 de agosto de 2011


Se o meu verso fosse
verso de aêdo,
eu renunciaria à metáfora;
mas, como que por medo,
submeto-me à anáfora;

poesia é flora em fogo:
verde que arde em chamas
e chagas
que se abrem em flores
de múltiplos sabores
sucumbidas pelo calor
que tudo subjuga em cinza;

cinza que cobre a terra após o incêndio
é o verso parido pela maiêutica do grafite.

(Marcos Cruz)

Nenhum comentário:

Postar um comentário