segunda-feira, 15 de agosto de 2011


Eu abro meus ouvidos no silêncio
buscando um canto de sereia
que seduza a náusea do indistinto.

Eu fecho os olhos do frio
que em minha sombra sopra
a busca pela cor da distância
do que não tem nome.

Escorrem lágrimas do meu peito
por não reconhecer o feito, cuja
cadeia selada da indignidade
mata.

Observando, sob a modorra do retrocesso,
a dolorosa morte de inventivos processos
durmo o sono do dia a dia
e, se desperto, canso
e volto manso para a covardia de não querer.

(Marcos Cruz)

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