Tinha um gato gatuno
que vivia na casa de Iaiá
e de seu banho se lambia todo
como eu lambia lentamente
o corpo moço de Iaiá
e no canto da sala adormecia
contorcido
como eu me contorcia
noite a dentro noite fria
pelas pernas de Iaiá
e seu miado faceiro
véspera do afago lisonjeiro
que o corpo todo alisa na pele alheia
como os nudos afagos que eram de Iaiá.
Mas Iaiá é uma rata
tal qual cadela no cio
que não ama um homem só.
(Marcos Cruz)
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