sexta-feira, 17 de junho de 2011


Tinha um gato gatuno
que vivia na casa de Iaiá

e de seu banho se lambia todo
como eu lambia lentamente
o corpo moço de Iaiá

e no canto da sala adormecia
contorcido
como eu me contorcia
noite a dentro noite fria
pelas pernas de Iaiá

e seu miado faceiro
véspera do afago lisonjeiro
que o corpo todo alisa na pele alheia
como os nudos afagos que eram de Iaiá.

Mas Iaiá é uma rata
tal qual cadela no cio
que não ama um homem só.

(Marcos Cruz)

Nenhum comentário:

Postar um comentário