domingo, 26 de junho de 2011

PEDRA

Eu gostaria de ser esta pedra
ah, como me agradaria sê-la.
Um pedregulho que não sente nem pensa
e não existe, portanto, no eusser
da pequeneza cartesiana.

Tão somente send'eu a pedra
não me haveria cisco nas retinas
nem fadiga em arrancar cotidianamente
                       a pedra do meu sapato.

É de nojo e niilismo que termino
esse poema,

porque não há dentro de mim
                                pedra
                       sobre pedra.

(Marcos Cruz)

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