sábado, 2 de julho de 2011

Julho é um mês tão belo;

pena que não seja um poema
só dizer que julho é belo,

belo
pelo frescor que cobre os dias
e pela cor do céu que prateia
o mar.

Eu gostaria que o nosso primeiro
encontro tivesse acontecido em julho;
mas quando foi mesmo o nosso
primeiro encontro?

Em julho os burgueses se refugiam
em Domingos Martins
enquanto que eu não saio da beira
do mar.

Ah, quanto me custa, Deus, para obter
a graça de um poema cuja poética seja julho?
Quanto me custaria um poema no qual coubessem
todas as minhas dores?

Não importa o mês do nosso primeiro encontro,
importa que nossa primeira noite de amor
foi em novembro,
eu lembro.

Em julho,
o frio ameno não é tão atônito
ante o meu semblante moribundo,
as roseiras também florem sob o
céu grisalho;
mas eu quero mesmo é uma tempestade
que enchente o meu vazio.

(Marcos Cruz)

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